Autor
de mim mesmo
Vários
cartunistas, em algum momento, acabam usando a si mesmo como
personagens.
Já
vi - e gostava muito quando acontecia - histórias onde
Maurício de Sousa contracenava com a turminha.
Aliás,
Angeli e Laerte vira e mexe criam histórias usando
eles mesmo como personagem. Quem não se lembra de "Los
3 Amigos"? Isso sem contar com Bennet, Allan Sieber,
Andre Dahmer...
E isso
não se restringe apenas a quadrinhos... Em cinemas
e séries de TV, não é raro que o diretor,
produtor ou roteirista consiga um papel - mesmo que pequeno
- na produção que trabalha.
Músicos
normalmente cantam sobre o que sentem. Muitas das histórias
que nos emocionam são baseadas em algo da memória
do autor. Seja essa história contada por que meio for.
Acredito
que, uma vez em processo criativo, muito do que somos vem
a tôna. Quando um personagem fala, pode até ser
algo que eu não concorde, que combina com o que o personagem
diria, mas não deixa de ser uma visão minha
a respeito do tema.
É
difícil desassociar a mim mesmo daquilo que produzo,
mesmo que seja uma piadinha, uma história feita sob
encomenda, um jogo.
Jogo...
Fiz um,
com a Lilica como personagem - já comentei dela aqui,
inclusive. E eu, como "alvo".
Fiquei
preocupado que fosse exibicionismo demais da minha parte...
Mas espero que o jogo esteja divertido mesmo assim.
Não
sei como lidar comigo mesmo, contudo, como "personagem
principal" de uma trama, sem me expor demais nem me constranger
demais.
Mas admito
que isso é divertido também pra mim. Um pouco,
pelo menos...
Ah, o
jogo? Está aqui:
Lilica
Arremessa
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